A última etapa do Hackathon O DF QUE A GENTE QUER foi realizada em 19/03/2022, nas dependências da Faculdade Senac, localizada na 913 Sul, com a participação de equipes de dez Regiões Administrativas (RAs) do DF.
Compareceram ao evento as cidades de Taguatinga, Vicente Pires, Estrutural, SIA, Águas Claras, Guará, Cruzeiro, Plano Piloto, Lago Sul e Lago Norte. Nenhum representante da RA do Sudoeste compareceu.
Neste último dia de maratona, as equipes identificaram os seus tesouros e apresentaram projetos possíveis de serem implementados e com potencial de desenvolvimento socioeconômico para as suas regiões.
A equipe técnica do Espaço Multiplicidade conduziu o trabalho das equipes a partir da metodologia RISC III e a tradicional “Zero to Hero”: indo do absoluto zero até a estruturação inicial do modelo de negócio.
Como aconteceu nas etapas anteriores, todos os participantes saíram do momento zero e alcançaram o momento heroico, que é a apresentação de vendas, conhecido também como “pitch de vendas”. No final do dia, defenderam as suas ideias diante de uma banca de jurados que elegeu três projetos que estarão na etapa final, no próximo dia 26/03.
Além de escolher os finalistas, foi concedida menção honrosa a uma das RAs pela relevância da proposta apresentada.
Um evento como esse aproxima pessoas, unindo-as num mesmo propósito que é buscar soluções que visem o bem-estar econômico e social das localidades onde vivem. Porém, o ganho não se restringe a fatores tangíveis.
Nas quatro etapas desse Hackathon, observou-se que existem outras questões que demandam um olhar mais cuidadoso da sociedade. Os participantes abordaram temas que vão além do aspecto material, do ganho financeiro.
Leonardo Ávila
Presidente do Codese-DF
Ludmilla Rocha de Castro e Macêdo
Danilo Ferreira
Subsecretário de Fomento ao Empreendorismo da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do DF
Sergio Frontin
Antônio de Castro
Jornalista DF TV Globo
TESOURO é o LIXO. Como proposta de desenvolvimento socioeconômico para a região, propôs a criação de uma USINA RECICLÁVEL, por meio de uma parceria público-privada. A finalidade é reciclar os insumos e transformar em produtos vendáveis os resíduos e os materiais coletados. O SLU, atualmente, suporta apenas 39% do lixo existente na Estrutural, segundo informação citada pela equipe.
Se construída, a fábrica vai abranger outros 39% da reciclagem, o que resultará na duplicação do percentual, totalizando 78%. Os detritos serão transformados em Combustível Derivado de Resíduo (CDR) que seria vendido para as centrais elétricas movidas a combustível alternativo.
Com o fechamento do lixão, muitas famílias residentes na localidade perderam os seus empregos. Com a criação da usina, estas pessoas que fazem parte da fundação e da história da cidade, poderiam voltar ao mercado de trabalho. Além da empregabilidade, haveria a geração de 500 mil vagas de emprego, o que contribuirá para uma melhor qualidade de vida de moradores da RA e impacto em todas as outras regiões.
O lixão da Estrutural que continua ativo, deixou de receber resíduo orgânico, mas ainda é usado para descarte de material de construção civil, o que contribui para a degradação do meio ambiente.
O segundo lugar foi para ÁGUAS CLARAS que identificou como o seu TESOURO a RESIDÊNCIA OFICIAL DO GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL. Trata-se de um local que, apesar de estar subutilizado, gera despesas aos cofres do DF, devido ao alto custo de manutenção. Trata-se de um espaço que está subutilizado, gerando apenas despesas com manutenção sem ter alguma utilidade mais atraente para a grandiosidade do local, que contempla excepcional estrutura predial e ampla área verde.
A proposta para o desenvolvimento socioeconômico da região é tornar atrativo com destinação comercial ao espaço que ocupa uma extensão territorial de 29 hectares. A ideia seria criar uma empresa para gerenciar o complexo da Residência Oficial. Empresas poderiam explorar a concessão de uso do espaço, atraindo a população de Águas Claras e até mesmo de outras regiões. O complexo poderia agregar diversos segmentos como cultura, lazer, economia criativa e empreendedorismo.
A estrutura física já está existe e exige muito menos investimento do que a criação de outros espaços, o que torna viável a execução técnica da ideia, segundo o time de Águas Claras. Não haveriam muitas barreiras ao empreendimento e em termos legais, até existe um decreto governamental que autoriza o uso da propriedade para finalidades culturais, argumentaram os participantes.
O aporte financeiro para a região seria proporcionado pelas concessões, taxa de visitação e de realização de feiras além do aluguel compartilhado do espaço. Outras fontes de rendas seriam os aluguéis de espaços para lanchonetes, cafés e ambiente colaborativo para trabalho, conhecido como coworking.
A área verde seria utilizada para shows e eventos ao ar livre com espaço para a realização de piquenique e doação de mudas, com parcerias estratégicas como o Jardim Botânico de Brasília e outros grandes destaques da cidade.